Vacine-se: trombose após vacina com Astrazeneca é rara, por infecção de covid risco aumenta em 20%

Trombose

Desde o início da vacinação contra a covid-19, há uma certa preocupação no ar. Os imunizantes foram desenvolvidos em tempo recorde, além disso, após começar a aplicação, notícias sobre suspeita do risco de trombose em decorrência da vacina de Oxford apareceram mais de uma vez. Nessas ocasiões, a imunização com a Astrazeneca foi suspensa até que estudos fossem realizados para verificar a influência da vacina.

A boa notícia é que nenhum estudo descartou o uso da vacina de Oxford. Os riscos de trombose são muito maiores pela infecção do novo Coronavírus. Ou seja, ao negar-se tomar a vacina, você corre muito mais risco de ter uma trombose e todas as outras complicações do Coronavírus.

Tudo que mencionei acima é baseado em evidências científicas, como vou te mostrar ao longo desse artigo.

Estudo mostra risco baixíssimo de trombose após vacina de Oxford

O The New England Journal of Medicine publicou um estudo bastante interessante sobre os riscos de trombose após a vacina de Oxford. A pesquisa alemã analisou 28 pessoas da Áustria e Alemanha. 11 chegaram a ter eventos trombólicos, seis morreram. A maioria eram mulheres, 9, com idade média de 36 anos. O grupo analisado tinha entre 22 e 49 anos. Ou seja, a idade deles não era um fator de risco. Nenhum deles foi medicado com heparina antes do início dos sintomas.

No restante do grupo, que não teve trombose foi realizado um teste para detectar as chances de eles virem a ter algum problema depois de tomar a vacina de Oxford. Todos testaram positivo para anticorpos contra heparina PF-4.

A conclusão do estudo foi: é raro o desenvolvimento de trombose após a vacina de Oxford, sendo infinitamente menores, quando comparados aos riscos de trombose desencadeados pela própria infecção do Coronavirus. 

Menos de 40 casos em 17 milhões de vacinados

Até 8 de março de 2021, 15 eventos de trombose venosa profunda e 22 de embolismo pulmonar foram reportados na Europa entre os mais de 17 milhões de vacinados. As agências de saúde descartaram relação entre a vacina de Oxford e os eventos. De toda forma, são casos baixíssimos.

Meu colega de especialidade Bruno de Lima Naves, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), ainda observa que a idade dos primeiros vacinados era um fator de risco para trombose. Ele também chamou atenção para os números da ocorrência, bem menores do que a quantidade de eventos trombólicos de forma geral.

“As primeiras pessoas que tomaram as vacinas foram os idosos, e a idade é um fator de risco. Quanto mais velho, maior a chance de você ter trombose. O segundo fator é a imobilização prolongada. Os idosos têm sido mantidos em casa, ficam parados muito tempo na mesma posição, e essa restrição de mobilidade associada à artrose, reumatismo e à própria idade, faz com que o idoso tenha uma chance sete ou oito vezes maior de ter trombose do que um jovem. A frequência da trombose nessa população, em particular, é até maior do que esses números” , disse em matéria do site Saúde em Dia.

Trombose: riscos da vacina de Oxford X riscos da covid-19

Enquanto os riscos de trombose por covid são de, em média, 20% maiores, os eventos trombólicos após a vacina de Oxford são considerados raros pelos estudos realizados até o momento. Segundo a Fiocruz, o risco de trombose após a vacina de Oxford é até dez vezes menor do que por covid.

Além disso, cerca de 20% das pessoas que morreram de covid-19 tiveram trombose.

Ou seja, a vacina é imprescindível para o controle da pandemia. Afinal, tem 63% de eficácia contra casos sintomáticos e 100% contra casos graves.

Chancelas de instituições de peso

A segurança da Astrazeneca foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de vários outros órgãos mundo afora.

Tanto a OMS quanto a EMA pediram a suspensão do uso do imunizante quando foram levantadas suspeitas sobre risco de trombose aumentado. Porém, ambas, depois de análises, concluíram que o risco era mínimo.

Se possível, é melhor tomar outra vacina?

Infelizmente, não estamos em condições de escolher. A melhor vacina é aquela que estiver disponível para você. Dessa maneira, quando chegar sua vez de se imunizar, não pense duas vezes, vacine-se.

Lembre-se que além de se proteger, você colabora com a segurança de toda população. Vacina é um pacto coletivo.

Como mostrou o estudo em Serrana (SP), conduzido pelo Instituto Butantã, quando 75% da população estiver vacinada, a pandemia pode ser controlada. Na cidade do interior de São Paulo, a queda de óbitos foi de impressionantes 95%. Já de casos sintomáticos, 80%.

Ou seja, quando a maior parte da população estiver vacinada, em vez de nos depararmos com recorde de mortes vamos ver recorde de queda nos óbitos, ao que tudo indica.

Mas, para isso, precisamos ter a consciência de que a melhor vacina é aquela que estiver disponível para nós e quanto antes nos vacinarmos, melhor.

Além de se vacinar, com a Oxford ou qualquer outro imunizante, envie esse artigo para aquelas pessoas que estão receosas com a Astrazeneca.

Até o próximo artigo e saúde!